A comunicação das marcas e dos profissionais autônomos vem experimentando mudanças acentuadas nos últimos anos. Estar na internet deixou de ser uma novidade para ser o status normal das coisas. Agora, o grande desafio é se adaptar às novidades tecnológicas e aos processos automatizados. Por isso, hoje vamos te falar sobre 5 grandes tendências em comunicação que devem se firmar nos próximos anos.
Algumas surgem como facilitadores bastante inteligentes, enquanto outras ainda geram discussão e enfrentam resistência na mesma medida em que geram curiosidade. Quer entender melhor tudo isso? Então continue a leitura com a gente!
1 – Metaverso
Para alguns, a palavra “metaverso” parece coisa de filme da Marvel. Para outros, uma oportunidade de fazer bons negócios no digital.
Mas, afinal, o que é o metaverso?
Tal como o nome sugere, o METAverso é hoje uma ideia encabeçada, principalmente, pela Meta, empresa que controla o Facebook, o WhatsApp e o Instagram. No entanto, como sugere o relatório do Bank Of America sobre tecnologias que vão revolucionar o mundo, o metaverso deve ser o ambiente em que a maioria das coisas na internet deve acontecer até 2030. Ou seja, provavelmente vai envolver tecnologias de outras empresas.
Hoje, o metaverso é confuso mesmo. Isto porque ele é muito mais um conceito. Ele é um espaço digital de interações imersivas através de aplicativos, jogos, uso de NFTs, realidade aumentada, entre outras possibilidades. Vai além da nossa interação de hoje nas redes sociais, em que temos apenas informações uns dos outros. No metaverso, o ser humano tem posse.
É por isso que a característica mais evidente, hoje, do metaverso, é a economia virtual feita com negociações em criptomoedas descentralizadas.
E se tem gente disposta a gastar uma grana pesada, existe interesse cada vez maior das marcas, sem dúvida. A presença corporativa nesses ambientes vai de empresas de banco até vendedores de cerveja, passando ainda por marcas de moda de luxo e esportiva.
2 – Criação de conteúdo com inteligência artificial
Esta é, sem dúvida, a mais polêmica das tendências em comunicação. Isto porque ela nos faz encarar algo que parecia indestrutível: a exclusividade humana sobre a criatividade.
Você deve lembrar que, no final de 2022, a onda do aplicativo Lensa invadiu as redes sociais por duas semanas. As pessoas começaram a compartilhar fotos de si mesmas em versões “photoshopadas” de forma ultrarealista feitas com a inteligência artificial do app.
Mas o Lensa não é o único. Existem diversos sites em que qualquer pessoa pode dar comandos através de palavras-chave e receber, em tempo recorde, uma arte feita sob medida. Indo além, hoje já é possível, também, criar textos, chatbots, converter áudios em texto, corrigir fotos, emular sons, detectar fraudes e muito mais.
Mas será que isso é, de fato, uma ameaça ao nosso trabalho criativo ou apenas novas ferramentas de trabalho? Existirá, no futuro, uma ética generalizada para o uso dessas ferramentas? São perguntas que todos nós, como usuários ou como marcas, provavelmente começaremos a fazer logo logo.
3 – Vídeos curtos
Quando o Tik Tok explodiu com a ideia de vídeos curtos, a função de Reels do Instagram parecia muito mais uma cópia do que uma tendência. Mas em 2022, o YouTube incorporou a mesma função através do Shorts e diversos criadores relatam um crescimento dos canais com o formato. Claramente não se trata de uma marca copiando a outra, mas de uma satisfação maior do público com o formato.
Há não muito tempo, o que se discutia era sobre o poder de produzir vídeos e como isso vinha aumentando o engajamento das marcas. Hoje, é sobre a forma de distribuição. Não é que os conteúdos longos tenham perdido a relevância. É que o usuário tem uma sensação cada vez maior de que ele pode ter mais informação se o conteúdo é fragmentado.
Além disso, a maior parte dos vídeos online é consumida no mobile, ou seja, tablets e celulares. Quanto mais rápido um vídeo for, mas rápido podemos acessar outra coisa em outro aplicativo.
De todo modo, vídeos curtos como parte da estratégia de vídeo é só uma das possibilidades e é sempre bom pesquisar os hábitos da sua audiência antes de apostar tudo em uma única ideia e descartar completamente as outras.
4 – Práticas ESG e o propósito das marcas
Uma das coisas mais valiosas da relação consumidor-marca é quando passa a existir a relação profunda. E, ainda que não percebam, os clientes e usuários estão em busca disso. Em busca de enxergar seus valores diante do funcionamento de uma marca. E hoje em dia é muito mais fácil a organização dos usuários para apontar um erro que pode destruir em dias uma reputação criada em anos. É importante que o propósito gire sempre em torno de deixar um impacto positivo, seja de maneira local ou global.
Nesse sentido, as práticas ESG devem ser uma das tendências em comunicação mais fortes diante de tudo que vem chamando atenção no planeta.
ESG é uma sigla em inglês que significa Ambiental, Social e Governança. O termo surgiu pela primeira vez em 2004, na ONU, em um relatório chamado “Ganha quem se importa”. O documento lista 3 pilares para quem está buscando maneiras de reduzir impactos ao meio ambiente, melhorar sua administração e construir um mundo justo e responsável.
ESG na prática:
- Ambiental: são as práticas e princípios para conservar o meio ambiente. Algumas ideias, incluem: reduzir poluentes, utilizar alternativas sustentáveis e otimizar o descarte das embalagens.
- Social: é sobre a relação da empresa com as pessoas. Deve haver: atenção aos direitos trabalhistas, preocupação com a saúde, apoio à diversidade, posicionamento pró causas sociais e atuação na comunidade.
- Governança: gestão eficaz e transparência nos processos. Incluem: práticas contra a corrupção e trabalho escravo, postura moral e ética, prestação de contas e veracidade das informações sobre a empresa e seus produtos.
5 – Data-driven
Quando se trata de trabalhar com e para pessoas, temos a tendência de acreditar que estamos certos sobre muitas coisas. Afinal, tudo ao nosso redor aponta para a formação de evidências sobre o público, sobre a economia, entre outras coisas.
Porém, uma empresa que é data-driven, ou seja, regida pelo uso de dados em vez de achismos, provavelmente será mais bem sucedida que seus concorrentes. Afinal, o uso de tecnologias de big data e small data tiram de cena a intuitividade em nome da verdade.
Você pode até tentar implantar ferramentas de coletas de dados na sua empresa, no entanto, a mudança precisa ser cultural e envolver todos os setores. É preciso fazer com que todos os envolvido entendam, para além das ferramentas, que diferentes tipos de dados são gerados o tempo todo e que nada deve ser jogado fora.
Deste modo, lembre-se que muitos dados são considerados sensíveis, principalmente aqueles que o público entrega a você de forma consciente. Por isso, as marcas podem contar, no contexto do Brasil, com a Lei Geral de Proteção de Dados. Essa lei determina o que pode ou não ser feito pelas empresas com esses dados.
A cultura data-driven é tanto uma das tendências em comunicação quanto em processos organizacionais que vale para pequenas empresas tanto quanto para as gigantes. Através dos dados, você pode passar a se comunicar de forma eficaz com seu público sem perder de vista o seu propósito e com altas taxas de lucratividade.
Como aplicar as tendências em comunicação na sua empresa?
Se a gente pode dar uma dica quente de como começar a seguir as tendências em comunicação, comece pelos dados. Eles, afinal, vão te dar a melhor direção sobre como seus clientes se comportam diante das coisas que acontecem em volta do seu negócio.
Cada empresa, cada marca, é única e tem um tipo de público-alvo. E já não existem mais desculpas para errar o alvo. As mudanças, em geral, não acontecem da noite pro dia. Você não vai acordar amanhã e, do nada, perceber que você deve apostar numa coisa super diferente. As mudanças são graduais e, neste momento, estamos transicionando para que essas mudanças, logo, logo, sejam o normal.
Por isso, vale observar, testar e investir em comunicação.
LEIA TAMBÉM: Tendências do mercado – o que pode afetar sua marca?
Referências:
SEBRAE – 03/01/2022
Meio & Mensagem – 03/01/2022
Comunique-se – 03/01/2022
Dataversity – 03/01/2022