Todas as marcas buscam se conectar com a audiência e os clientes de uma forma profunda e significativa. Uma marca poderosa é aquela que é autêntica e leal aos consumidores. Por isso, os arquétipos de marca são conceitos tão importantes nesse processo. São eles que, de fato, estruturam o poder psicológico da sua comunicação. É a partir deles que as pessoas se conectam com o estilo da sua empresa.
Em tempos de busca tão intensa de um relacionamento mais humanizado, os arquétipos, apesar de serem antigos, nunca pareceram tão contemporâneos. E hoje a gente vai te explicar quais são as doze principais personalidades que as marcas costumam explorar.
De onde vieram os arquétipos de marca?
O que chamamos aqui de arquétipos de marca, na verdade não tem a ver apenas com marcas, mas como padrões de personalidade.
Em 1949, o suíço Carl Jung, um dos mais célebres psiquiatras da história, desenvolveu esse conjunto de arquétipos comuns, acreditando que eles transcendiam o tempo. Os arquétipos nada mais são do que modelos de pessoas com suas linguagens, culturas e objetivos.
Todos nós, de alguma forma, nos reconhecemos em arquétipos, às vezes até mais de um. E eles, sem dúvida, influenciam nosso comportamento de uma forma subconsciente. É a imagem que deixamos e que buscamos deixar para quem nos vê de fora. Não à toa, a palavra arquétipo é uma definição de persona, que no latim dignifica máscara.
Os 12 arquétipos de Jung
- Cuidador
- Governante
- Criador
- Inocente
- Sábio
- Explorador
- Rebelde
- Mago
- Herói
- Amante
- Comediante
- Pessoa comum
Em seguida, vamos explorar cada um deles e entender como sua marca pode construir cada narrativa.
A marca criadora
A marca que assume o arquétipo da criadora, da criativa, é aquela que tem uma visão de criar e entregar cada vez mais experiências e produtos inovadores. São marcas que nunca se conformam e costumam tomar a dianteira da inovação e desafiar os limites da criatividade. Elas querem algo único, e temem a cópia e a indiferença.
Essas marcas despertam o sentimento no público de sempre pensar diferente e criar coisas novas ao utilizar seus produtos ou serviços.
Exemplos conhecidos: Netflix, Lego, Adobe, GoPro, Faber Castell, e nós, a Climb!
A marca sábia
O arquétipo do sábio está em marcas que endossam, então, conhecimento, sabedoria e a a valorização da verdade. Em vez de tentarem mudar o mundo sozinhas, essas marcas ajudam as pessoas ao redor a se capacitarem e compartilham informações valiosas.
Para essas marcas, tudo precisa ser, de fato, claro e compreendido. Elas buscam a influência, são verdadeiras mentoras da sociedade. E elas temem a mentira, a desinformação, a ignorância, a imprecisão e a estupidez.
Exemplos conhecidos: Google, BBC, Folha de São Paulo, Discovery Channel, TED, entre outras.
A marca cuidadora
Cuidadores são movidos pelo desejo de ajudar os outros e são, de fato, cheios de compaixão. Sendo assim, marcas cuidadoras são aquelas que buscam proteger, assegurar e defender. Principalmente diante de um público com algumas vulnerabilidades e com menos oportunidades.
Dentro deste arquétipo, a marca se mostra sempre calorosa, nutritiva, carinhosa e tranquilizadora. O que ela mais teme é o egoísmo, a ingratidão, a negligência e, também, o desamparo e a instabilidade.
Exemplos conhecidos: Unicef, Pampers, Johnson & Johnson, WWF, Huggies, entre outras.
A marca inocente
O inocente vive sob uma eterna sensação de felicidade e otimismo. Logo, é assim que marcas com este arquétipo se comportam. São marcas que nunca perdem a alegria, veem sempre os aspectos maravilhosos, divertidos e prósperos do mundo. Por onde elas passam, elas espalham esse sentimento.
Essas marcas também confiam na honestidade, nas boas virtudes e, principalmente, na simplicidade. Elas não precisam ser inovadores, desde que elas consigam ser fáceis e acessíveis.
O que elas mais temem é a complexidade, a confusão e a depravação.
Exemplos conhecidos: McDonald’s, Coca-Cola, Dove, Giraffas, entre outros.
A marca comediante
As marcas meio “bobo-da-corte”, ou com o arquétipo de comediante, riem de tudo e, muitas vezes, trazem a piada para si mesmas. São marcas alegres e brincalhonas, com uma postura divertida. Assim como as inocentes, elas também tendem a ver o o bem em todas as situações.
O grande objetivo delas é entreter e divertir. Para elas, quem não está se divertindo está vivendo errado. Logo, o que elas mais temem é o tédio, a negatividade, a melancolia e a seriedade.
Exemplos conhecidos: M&Ms, Bis, Budweiser, Old Spice, Go Daddy, Doritos, entre outras.
A marca maga
O arquétipo do mago nas marcas é para aquelas que vislumbram um fazer o impossível e realizar sonhos. Elas levam seu público para momentos mágicos que ficam para sempre na memória. São marcas que defendem sua visão cheia de ideias e com muito carisma. Você imagina, elas realizam.
Assim, tudo que elas temem é a repetição, a dúvida, a estagnação e a chatice.
Exemplos conhecidos: Disney, Polaroid, Red Bull, entre outras.
A marca governante
Um dos arquétipos de marca igualmente poderoso é o da marca que governa, que controla e busca o poder. São marcas muito eficazes em definir e cumprir regras, acreditando na influência de que os outros vão seguir o exemplo delas.
Elas são, sem dúvida, muito confiantes e orgulhosas de suas habilidades. No entanto, não estamos falando de arrogância, pois se mostram estáveis e confiáveis.
Os consumidores dessa marca se importam com poder, status, sucesso, riqueza e lealdade, mas temem ser prejudicados e não gostam de atos rebeldes.
Exemplos conhecidos: Rolex, Hugo Boss, Microsoft, Petrobras, entre outras.
A marca heroica
O que mais caracteriza um herói ou heroína é que esse é um dos arquétipos de marca que mais concentram um senso do que é certo e do que é errado. As marcas heróicas superam problemas e injustiças. Elas também inspiram os outros a se esforçarem e enfrentarem desafios sem medo. A ideia é que elas invistam, principalmente, coragem e fortalecimento em suas realizações.
Com essas marcas não falta força de vontade. São bravas e honradas. O que elas temem é a fraqueza, a covardia e a incompetência.
Exemplos conhecidos: Adidas, FedEx, BMW, Nike, Cruz Vermelha, entre outras.
A marca comum
Ser visto como comum não é uma coisa ruim – ao menos, não sempre. Enquanto arquétipo, uma marca comum é aquela acessível, despretensiosa e altamente relacionável. Elas desejam ser apreciadas por todos, ainda que não se trate do público-alvo. Elas se posicionam facilmente no meio de uma comunidade e passam um senso de pertencimento.
Tendem, também, a ser mais neutras nas opiniões, seguirem o senso-comum, e são bastante inclusivas.O maior valor da marca comum é a harmonia e o uso no dia a dia. Temem a hostilidade, o isolamento e a separação.
Exemplos conhecidos: Hering, Ford, Havaianas, Tesco, entre outras.
A marca rebelde
O arquétipo do rebelde é, justamente, um quebrador de regras. Marcas que surgem com essa proposta normalmente rompem, de uma hora para outra, com padrões da indústria e desafiam os status das coisas. Quebra de paradigmas? É com essas marcas, mesmo.
São marcas que gostam de correr riscos para criar coisas únicas e livres. Marcas rebeldes costumam atrair fãs que levam essa proposta para a vida. Deixam de ser apenas clientes para serem fãs e defensores das ideias da marca. O sentimento provocado na comunidade é o de revolução.
Tudo que uma marca rebelde não faz é ter conformidades, ser repetitiva ou rígida.
Exemplos conhecidos: Uber, Greenpeace, Harley-Davidson, Pornograffiti, entre outras.
A marca exploradora
O perfil dos exploradores é parecido com o dos rebeldes. São movidos pela liberdade e ela independência. A diferença, no entanto, é que os exploradores não pretendem incomodar a sociedade, mas ficarem ricos em experiências. São aventureiros, pioneiros, entusiasmados e corajosos, em busca de ultrapassar seus próprios limites.
Marcas com este perfil temem, principalmente, a segurança, o confinamento, a miopia e a falta de objetivos.
Exemplos conhecidos: NASA, Jeep, The North Face, National Geographic, entre outras.
A marca amante
Apesar do termo “amante” não ter conotações muito favoráveis aqui no Brasil, mas as marcas com esta características são íntimas, apaixonadas e movidas pelo desejo. Elas costumam ter uma sensualidade muito forte e atraem o público muito pela empatia, pela emoção e pelo físico. Outro aspecto é que elas também podem ser marcas mais espiritualizadas e com focos mais abstratos para os seres humanos.
O maior objetivo da marca anante é ser desejada com amor pelos consumidores através de coisas como romantismo, indulgência, afeto e atração. No entanto, aqui também já temores: a rejeição, a solidão e a sensação de não ser amado.
Exemplos conhecidos: Chanel, Tiffany, Victoria’s Secret, Nespresso, entre outras.
Arquétipos de marca – um assunto inesgotável
Neste artigo, trouxemos apenas os 12 principais arquétipos. Mas, tal como uma pessoa, as marcas podem explorar personalidades secundárias, que ainda vamos trazer por aqui. É comum, ainda, que setores de mercados específicos voltem-se com mais frequência para alguns arquétipos, já que eles buscam públicos parecidos e encaram desafios semelhantes.
Parte dessas características é determinada pela própria marca em sua estratégia de negócios. Porém, essa imagem pode sofrer influência de fatores externos, principalmente na relação com o público. Mas isso é assunto para outra hora.
Deixe um comentário abaixo contando como você encaixaria a sua marca em um ou mais arquétipos.
Leia também: Como fazer posicionamento de marca no meio digital?
Referências:
Iconic Fox – 08/01/2022
March Branding – 08/01/2022
The Hartford – 08/01/2022
Brand Safety: conheça as práticas para proteger sua marca - Site Oficial Climb Inteligente
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