Um dos grandes desafios de criar e estabelecer uma marca é lidar com as mudanças que, de fato, mexem com o mercado. E isso vale para qualquer tipo de empresa. Todo ano, empreendedores precisam lidar com novas tendências do mercado. Algumas que duram e outras que nem mesmo chegam a ser algo concreto.
O fato é que as tendências dão sinais. E muitas pessoas, entocadas no interior do seu negócio, acabam não percebendo. Depois que uma tendência vira o modo padrão, quem não se adaptou, pode perder muitas oportunidades. E o seu concorrente certamente está de olho naquilo que você não está fazendo.
Hoje, vamos falar sobre quais são os tipos de tendências e como, afinal, você pode identificar e lidar com essas novidades. O que vai afetar o seu negócio, pode vir de lugares que você nem imagina.
Vem coisa nova por aí! Analisando as tendências do mercado
Uma tendência é algo que ainda está no horizonte. Ninguém sabe a real dimensão, mas todo mundo pode ver que ela está vindo. Geralmente, a tendência está associada a uma mudança grande daquilo que já está estabelecido. A gente pode citar, por exemplo, uma tendência vista há alguns anos que já está estabelecida.
Lá pelos anos de 2004 até 2010, ainda existiam muitas locadoras de vídeo no Brasil. Naquela época, esse tipo de negócio foi fortalecido pelo DVD como mídia substituta das antigas fitas de vídeo. Porém, no mesmo período, a internet dava passos largos. Ao lado de várias locadoras existiam as lan houses, que ficavam cheias de gente consumindo de tudo na internet.
O DVD estava no auge, mas ainda dentro do formato clássico de aluguéis de filmes. O que estava mesmo no horizonte era o consumo 100% digital de vídeos. E foi nesse mesmo período que a rede global Blockbuster começou a declinar, enquanto uma marca local de locadoras chamada Netflix dava seu salto para o futuro. Hoje, não só a Netflix é líder global do segmento como ela está cercada de grandes concorrentes como o Prime Video, o HBOMax, o Disney+ e o AppleTV+ – todos bancados por algumas das empresas mais poderosas do mundo.
Não é só sobre as novas tecnologias, é também sobre o público
A história da ascensão dos streamings de vídeo foi muito graças às novidades tecnológicas. Mas o fator de comportamento do consumidor também pesou muito. Uma tecnologia não sobrevive se ela não estiver alinhada com os anseios das pessoas. Nós continuamos vendo filmes e séries, mas agora a gente quer ter o poder. Queremos o poder de escolha porque temos mais informação. Porque o mundo está globalizado. Porque os grandes shoppings dominaram as cidades e ir ao cinema ficou mais caro.
Perceba que é muito mais sobre as pessoas.
Mesmo agora, com os streamings estabelecidos, esse modelo de negócio permanece de olho nas próximas tendências de consumo. Uma das perguntas mais feitas ultimamente é: será que as pessoas querem tudo de uma vez ou fragmentar o conteúdo faz bem para o marketing? O fato de as pessoas terem mais acesso às formas de produção e distribuição vai afetar o poderio dos grandes estúdios? É assim que começam as boas análises de tendências: com perguntas sobre o que está no centro dos desejos do consumidor.
Querido oráculo, como e onde posso saber as tendências do mercado?
Em resumo, é bem simples: indo atrás das informações que já existem.
Okay, mas… onde elas estão? Na verdade, sua marca precisa olhar para oito lugares, que são:
- No histórico do setor e todas as mudanças às quais ele já sobreviveu e se adaptou.
- Nas mudanças da tecnologia.
- Nos cenários econômicos, tanto o locais como o global, dependendo do tamanho da sua empresa e de onde vem os insumos para que ela funcione.
- Nas megatendências. Em geral, elas são algo que atingem muito mais do que um único setor.
- No jeito como as pessoas estão se comunicando.
- Na forma como o consumidor do seu tipo de negócio vem se comportando diante de alguma necessidade.
- Nos movimentos demográficos.
- Nos dados gerados dentro da própria empresa.
Lembrando que nem toda tendência vai ser tão explícita à primeira vista. Por isso, é importante observar se existe algo que possa levar a um efeito bola de neve. Algo que vai, então, se espalhando, aumentando e afetando outras regiões ao seu redor.
Como analisar estas informações?
Das formas que nós citamos, 3 delas são muito importantes: as megatendências, o comportamento do consumidor e o histórico do setor. Elas trazem, sem dúvida, os dados mais promissores e fáceis de identificar.
As megatendências são globalizadas e afetam todos os setores e provavelmente estarão ligadas com a economia, tecnologia ou com mudanças sérias na sociedade. O surgimento da internet e as questões da diversidade, por exemplo, foram tendências desta magnitude que, sem dúvida, transformaram muitos negócios.
O comportamento do consumidor é algo que diz muito sobre as necessidades. Os streamings de música, como o Spotify ou Deezer, por exemplo, surgiram como um negócio sério depois que as pessoas se acostumaram a baixar música na internet, muitas vezes de forma ilegal, ao invés de comprarem CDs. Portanto, eles apareceram para simplificar essa mudança no comportamento do consumidor, que pedia mais praticidade, rapidez e poder de escolha. Afinal, não era mais vantajoso comprar um álbum todo quando na verdade, você só queria escutar uma música específica.
Por isso, essas plataformas nasceram para resolver esse problema. Elas reúnem acesso fácil às músicas sem tanto trabalho (baixar um software, procurar a música, esperar ela baixar, gravar em um CD ou pendrive) e com um custo mensal relativamente baixo. Nesse caso, a resposta do consumidor foi de que vale a pena tirar um dinheiro do bolso e escolher as músicas que quer ouvir e criar playlists diversas, de modo simples, que dá pra acessar de qualquer lugar, até mesmo quando não há acesso à internet. E mesmo os que não podem ou não querem pagar podem usar os aplicativos com certas limitações e exposição a propaganda.
E isso ocorreu não porque as empresas eram grandes gênias, mas porque essa forma de consumo já estava acontecendo debaixo do nariz das grandes produtoras de áudio e vídeo.
Recorte econômico
Quando falamos em histórico do setor, precisamos pensar em um estudo da elasticidade de cada nicho. Ou seja, quais foram as soluções encontradas ano a ano para que aquele produto continuasse relevante? De repente você vai perceber que todas as soluções foram tecnológicas, sociais ou um misto das duas coisas.
Todos os outros fatores dependem de uma visão mais apurada. A questão da economia, por exemplo, não é algo simples. Vai envolver uma análise muito ampla, e algumas vezes até mesmo em nível internacional. Como anda o poder aquisitivo dos seus clientes? O quanto seu produto ou serviço é prioridade para ele em épocas onde ele precisará cortar custos? Você pode fazer algo para que eles continuem comprando de você, mesmo em momentos crise?
Por outro lado, de onde vem os seus produtos? Eles ficaram mais caros? Ou mais difíceis de comprar? A recente guerra da Rússia contra a Ucrânia, por exemplo, abalou a cadeia produtiva e de distribuição de muitos produtos a nível internacional.
Se você é um prestador de serviços, quais são os custos que você tem para viabilizar o seu negócio? Nós como agência, por exemplo, utilizamos diferentes softwares e recursos de tecnologia que são pagos em dólares. Em um ano como 2022, em que vivemos as consequências de crise atrás de crise, o dólar, tal como outras moedas, subiu muito rápido. Nossos clientes, que também sentiram os impactos, às vezes nos procuram para negociar valores, o que eventualmente nos leva a fazer ajustes na nossa operação ou na forma de entregar os serviços.
As tendências do mercado e a comunicação institucional
Já sobre as formas de comunicação, existem muitas questões para avaliar. Desde os canais onde seu público está, até mesmo no jeito como você fala com seus clientes. Recentemente, vimos uma mudança importante no setor bancário. O surgimento de bancos digitais, que não cobram tantas taxas e que também se comunicam de forma muito menos formal e muito mais leve, bem humorada e simplificada. E que, por outro lado, não precisam manter mais agências físicas, o que certamente muda o custo de operação.
Além disso, o meio e a mensagem também vão depender muito de qual é o seu posicionamento de marca e se aquilo conversa, de fato, com o que seus clientes acreditam e desejam.
Igualmente, as questões demográficas têm um impacto importante. Qual o perfil desse consumidor? Que recorte social melhor representa a geração para quem você está vendendo? Estas e outras questões precisam ser consideradas na hora de aderir uma tendência, uma vez que não adianta somente mudar algo na sua empresa porque está na moda, ou porque é moderno.
Suas mudanças precisam ser economicamente sustentáveis, e estarem alinhadas ao que seu cliente realmente precisa.
Como a sua marca se beneficia sabendo das tendências do mercado?
Bom, se você nos leu até aqui, já entendeu que é preciso ser cuidadoso na hora de avaliar e adotar uma tendência de mercado. Mas então, quais são os reais benefícios de ficar por dentro das tendências? Não é melhor fugir de todas essas novidades e evitar fazer uma burrada? Afinal, não é verdade que em time que está ganhando, não se mexe?
A primeira boa notícia é que quando as tendências de mercado estão realmente alinhadas com a sua cultura empresarial e com as necessidades do seu cliente, isso vai te dar uma vantagem competitiva. Por isso, você pode ficar um passo ou dois à frente do seu concorrente. Porque, com essa análise constante, você vai saber quais tendências são só desse ano e quais vão realmente vieram para ficar. Seus investimentos terão a versatilidade de mirar no agora e no amanhã ao mesmo tempo.
As crises sanitárias dos últimos anos, como a da COVID-19 e a Varíola dos Macacos, reforçaram tendências de longo prazo, como reuniões online, trabalho remoto e cuidado mental. Por outro lado, geraram tendências momentâneas que já começaram desaparecer, tal como o repentino interesse em quebra-cabeça. As marcas que surfaram nas tendências temporárias podem ou não terem aproveitado para fidelizar os clientes novos.
Ficar parado pode ser tão arriscado quanto entrar numa tendência duvidosa
O segundo grande benefício é que informação de qualidade gera ideias. E ideias vão alimentar as novidades do seu negócio. Imagine a sua empresa virando a líder em inovação e criatividade. Um sonho e tanto, não é? Você vai oferecer opções cada vez mais certeiras, viáveis economicamente, e socialmente relevantes. E dessa forma, seu negócio cresce e prospera. Não podemos esquecer nunca o quão prejudicial pode ser ficar parado no tempo. Pensa só se o dono do MSN tivesse pensado em levar o modelo de mensagens rápidas para os celulares antes do WhatsApp…
E, por último, as tendências do mercado podem ajudar a aprimorar o seu negócio e até expandir seu público. Trazendo um exemplo prático: recentemente, a lista dos livros mais vendidos para jovens e adolescentes do The New York Times tem recebido cada vez mais títulos com protagonismo LGBTQIA+ ou com pessoas de diferentes etnias, como asiáticos, africanos e latinos. D
Diferente de outras faixas-etárias, as divisões para jovens de todas as editoras pelo mundo têm sido turbinadas por histórias que tragam mais representatividade. Porque o jovem de hoje tem pautas e interesses muito diferentes dos de 10 anos atrás. Isso é um exemplo claro de aprimoramento, o que tem levado a bons resultados tanto socialmente como financeiramente.
A mão esquerda de uma tendência de mercado
Porém, nem sempre as tendências podem mostrar um cenário de oportunidades. Às vezes, elas vão ser ameaçadoras e podem estremecer o seu nicho. Como você vai lidar com isso? Será que existe uma solução antecipada que pode amortecer o impacto negativo? Ninguém poderia, por exemplo, prever o coronavírus, mas a digitalização dos processos já era uma tendência de mercado que virou realidade. Aqui na Climb, sempre trabalhamos de modo remoto, e por isso, o home office não foi uma “coisa a mais” para nos preocuparmos, como aconteceu com muitos dos nossos concorrentes.
Daqui para o futuro
Diante de tudo que você leu até aqui, você sabe dizer como está a sua marca? Você vem mergulhando no estudo das tendências ou nadando na parte rasa, que é onde a maioria também está? Vivemos num mundo de mudanças aceleradas. A últimas eleições presidenciais influenciam a economia. A economia influencia o poder de consumo. O poder de consumo influencia o indivíduo. O indivíduo tem uma necessidade. Uma necessidade pede uma novidade. E, assim, criamos movimentos que são prato cheio para ações corporativas.
Essa é hora de conversar com quem faz o seu marketing e fazer reflexões sobre o futuro do seu negócio!