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Valorização da vida: como uma empresa pode atuar nessa direção?

Por mais um ano, chegamos no Setembro Amarelo, mês onde falamos de saúde mental e prevenção de suicídio. E, para muitas empresas, é um desafio entender como o trabalho pode ser um ambiente que valorize, acima de tudo, a vida que existe por trás do papel que cada um desempenha na empresa. Por isso, hoje vamos falar sobre como a valorização da vida deve ser um valor das empresas atuais – gerando, claro, decisões práticas e realistas.

Empresas são feitas de metas e resultados. Porém, não podemos esquecer que são pessoas que fazem acontecer o planejado em reuniões estratégicas. São pessoas que, além de metas profissionais, também são cheias de sonhos, problemas, imprevistos e cumprem outros papéis que exigem tanta dedicação e disposição quanto o trabalho.

Embora nosso trabalho represente uma fatia importante e fundamental para podermos alcançar diversos objetivos, equilibrar tudo não é nada fácil. É comum que as pessoas se cobrem demais para serem produtivas e para gerar o resultado combinado. E a auto exigência, por si só, já costuma ser um fardo bem difícil de carregar. 

Depois que passamos pela pandemia, parece que houve uma sensibilização maior das empresas para a questão da saúde mental do colaborador. Pode ser o fato de que estivemos todos remando para o desconhecido por muitos meses, e cada um em seu barquinho. Alguns maiores, outros menores, mas o fato é que tivemos que fazer um esforço gigante para aguentar um momento totalmente novo para a humanidade. A adaptação das empresas para esse novo cenário precisou acontecer de forma muito rápida.

Será que esse contexto foi o divisor de águas para as empresas pensarem cada vez mais em melhorar as condições de trabalho e terem como meta a valorização da vida? 

As marcas e o setembro amarelo
Fonte: Envato/Por seventyfourimages

Em qual direção as empresas podem ir?

Uma tomada de decisão correta e com o olhar positivo pode mudar o dia de uma pessoa na empresa. Mas como podemos fazer para ter esse tipo de ação implantada na cultura da empresa?

1 – Escolha as ferramentas certas

É muito importante que empresas estejam sempre em busca de melhorar processos. Isso pode acontecer na escuta de uma ideia nova sobre uma ferramenta ou sobre uma melhoria em um determinado processo que gera desgastes desnecessários. A abertura para mudanças é fundamental. Ter ferramentas ágeis e que facilitem as atividades ajuda o trabalho fluir melhor.

Em geral, este é um momento em que vale ouvir seus colaboradores sem julgamentos. Eles sabem na prática quais partes dos processos funcionam bem e quais precisam de melhorias.

2 – Promova a escuta ativa que promove a valorização da vida

Falando em ouvir os colaboradores, também é necessário promover momentos de escuta ativa e empática, para todos os assuntos. Isto é fundamental para que as pessoas se abram sobre algo do trabalho, ou até sobre alguma situação particular que esteja afetando o trabalho. Reuniões semanais com a equipe são uma ótima estratégia para manter o canal sempre aberto. No entanto, certos assuntos podem precisar ser contados em ambientes mais reservados e com a garantia que as conversas não vão se espalhar pela empresa.

3 – Melhore a comunicação

Esse é um assunto que talvez tenha que ser incrementado constantemente, afinal, dificilmente existirá uma unanimidade a eficiência de modelos de comunicação. Porém, é possível implantar na empresa treinamento de comunicação. De preferência, o modelo de comunicação não violenta, que promove uma cultura onde as pessoas não tenham medo de expor alguma dificuldade ou necessidade. Este é um excelente caminho para manter a cultura de fala e escuta.

Ensinar as pessoas a serem mais assertivas na maneira de se comunicarem é saudável e irá tornar as relações mais fáceis. No entanto, como líder, você precisa estar aberto para romper com modelos antigos sob os quais sua empresa já operou por vários anos. Afinal, o time vai rejuvenescendo e os tempos vão mudando.

4 – Aposte na diversidade 

Empresas com pessoas diversas tendem a ser mais saudáveis e mais criativas e isso também é pensar na valorização da vida. Isto porque você terá pessoas muito diferentes trabalhando com novos pontos de vista. Além disso, esse conjunto de pessoas estará demonstrando na prática que a sua empresa quer deixar um impacto positivo na sociedade.

E quando falamos de diversidade, é preciso querer ir além do básico oposto da sua empresa. Por exemplo, se você só tem colaboradores brancos, de repente começar uma política de contratação de pessoas pretas. É válido? Com certeza! Mas não é tudo. Comece a experimentar coisas como contratar estrangeiros, pessoas diferentes identidades de gênero, pessoas com deficiência para além das cotas e, dependendo do contexto geográfico, até mesmo ter pessoas de diferentes regiões da cidade ou do país trabalhando juntas.

Isso, sem dúvida, enriquece a cultura da empresa e faz as pessoas aprenderem a confiarem e gostarem umas das outras pela convivência.

5 – Desenvolva líderes humanizados com valorização da vida como valor

Por fim, desenvolver líderes com visão humanizada é um caminho urgente para melhorar ambientes organizacionais. Olhar além de regras que precisam ser cumpridas, torna o local de trabalho mais agradável e motivador para as pessoas. Uma empresa sempre deve ter a visão para formação de novos líderes, fazer as pessoas irem além do “cumprir tarefas” vai motivá-las a construir a cultura organizacional da empresa.

Valorização da vida nas empresas
Envato/Por stokkete

Onde surgiu o termo “valorização da vida”?

O CVV (Centro de Valorização da Vida), surgiu em 1960 por um grupo de jovens preocupados com um grande número de pessoas que tentavam tirar sua vida no Brasil. Acreditam que, para que uma pessoa seja ajudada, ela deve ser ouvida, acolhida e que com atenção e empatia. Pessoas em sofrimento, sem motivação e com pensamento de morte, podem ter um desfecho diferente do que vai contra o valor da sua própria vida.

Por isso, até hoje, as ações do CVV são em busca de fazer que a disponibilidade para a escuta seja o caminho para reverter suicídio. Essas ações ocorrem o ano todo (não apenas em setembro) através dos canais digitais e da linha de telefone 188. Ainda que com a dificuldade relatada por algumas pessoas, afinal, o CVV depende de voluntariado, o projeto consegue fazer um trabalho humanitário e necessário há mais de 6 décadas.

O CVV também possui um blog com diversos textos com temas relacionados a compaixão, ajuda, humanização e prevenção de suicídio, confira aqui.

Use o Setembro Amarelo como um ponto de partida, porém, durante o ano todo mostre para os colaboradores da empresa que você está preocupado com suas questões particulares. Oriente sobre buscar ajuda para falar e esteja também informado sobre canais de ajuda em caso de sofrimento psíquico. Parceria com psicólogos e psiquiatras para ações mensais é uma forma de manter as pessoas em atenção contínua com sua própria saúde mental. E também, em busca de ações que levem a tratamentos e prevenção de algum possível transtorno.

Incentive sua empresa promovendo palestras e conversas com esses profissionais. Mantendo o canal sempre aberto para falar de saúde mental como se fala de qualquer assunto relacionado a vida.

Referências

CVV – acesso em 18/08/2023

Guia da alma – acesso em 11/08/2023

Redator SEO

Juliana

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